Slow Medicine e Cuidados Paliativos: valores confluentes

dezembro 17, 2017
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Por Ana Lucia Coradazzi:

E foi numa manhã paulistana agitada, com trânsito implacável e o som insistente de ambulâncias como música de fundo, que nos encontramos para falar sobre o que incomoda tanta gente: a morte e como lidar com ela. A conversa que se seguiu foi permeada por conceitos, ideias, impressões pessoais e, claro, experiências em torno dos temas. Falamos das dificuldades que todos temos em lidar com a terminalidade (a dos outros e, claro, a nossa) e de como nós médicos podemos ser paradoxalmente tão capacitados do ponto de vista técnico e tão insuficientes enquanto parceiros dos nossos pacientes em sua fase final de vida. Conversamos sobre a delicadeza com que alguém que está morrendo merece ser tratado, e o quanto precisamos caminhar na compreensão do luto como a experiência única que ele realmente é. Falamos sobre a intensa convergência de valores entre a Slow Medicine e os Cuidados Paliativos, ambos tendo como prioridade máxima o respeito à autonomia das pessoas e à sua sagrada condição de seres humanos. A cada palavra, valores como o tempo, a individualidade, a empatia e a compaixão tomavam mais espaço em meio aos conceitos que essas duas formas de exercer a Medicina preconizam. E, de repente, o que eram temas potencialmente espinhosos tornavam-se delicadas expressões de respeito pelos seres que somos. Falar sobre a morte transformou-se num bate papo sobre a vida, com todas as suas belezas e encantamentos. De repente, nada mais parecia capaz de nos incomodar. Nem mesmo as sirenes das ambulâncias

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