Slow Medicine Comics BR

Quadrinhos: por que não? Quadrinhos podem, sim, trazer à tona os princípios valiosos que a Slow Medicine acalenta e defende: aqueles que permitem a construção de pontes entre a técnica e a humanidade, a racionalidade e as pressões do mundo externo, o bom senso e a generalização do conhecimento.

O humor de que costumam ser imbuídos não serve para banalizar as situações retratadas, pelo contrário, ele captura a nossa atenção para assuntos que, em outro formato, seriam evitados (e quem quer falar de sofrimento humano, afinal?). Nosso cérebro reage de forma surpreendente diante de duas ou mais imagens justapostas, assimilando imediatamente a sequência como uma narrativa lógica e real.

É trazendo tais narrativas à nossa consciência que os quadrinhos podem contribuir para a educação médica, a prática mais sensata da medicina e o alívio do das dores de todos nós. Narrativas essas que nos faltam na prática médica: as que nos lembram dos humanos por trás das doenças, e nos fazem adotar uma postura mais sóbria, respeitosa e justa.

O compartilhamento de decisões é um dos pilares da Slow Medicine, permitindo o fortalecimento da relação entre médicos e pacientes e resultando em estratégias terapêuticas mais coerentes. Mas não se trata de debater informações científicas. A base do processo é a compreensão, pelo médico, do contexto de vida do paciente. A partir desse contexto é que os dados científicos poderão ser analisados, selecionando-se os que são pertinentes e contruindo-se, junto com o paciente, a estratégia mais adequada.

A interpretação cuidadosa dos dados científicos disponíveis e sua aplicação aos pacientes talvez sejam as atividades médicas mais complexas. Dados científicos podem ser revestidos de vieses (de muitas naturezas) que precisam ser identificados pelos médicos antes que cheguem a uma conclusão sobre sua aplicabilidade na prática diária. E, mesmo quando os dados são indiscutíveis, ainda cabe discussão: eles são aplicáveis à situação daquele paciente específico, naquele contexto específico, para aquele objetivo específico? Tempo para avaliar os dados (e o paciente) é essencial para a boa prática médica. É preciso ser slow.

Slow Medicine não é uma especialidade médica, nem mesmo uma área de atuação dentro da medicina. Ela é uma filosofia de trabalho, que inclui a adoção de posturas mais sensatas e voltadas às necessidades do paciente. Uma medicina sóbria, respeitosa e justa.

Eficácia e segurança sempre andam de mãos dadas em medicina. Ao passo que temos muita dificuldade para usar uma medicação muito tóxica mesmo que ela seja incrivelmente eficaz, não faz sentido utilizar um medicamento totalmente seguro se ele não funcionar. Bom senso e coerência são as bases da Slow Medicine.
“Fazer mais não significa fazer melhor.” Essa talvez seja a frase que melhor resume a filosofia Slow Medicine. O cuidado com as estratégias que realmente beneficiem cada paciente, a avaliação critriosa dos dados científicos, o relacionamento de parceria com os pacientes e a atenção permanente com o contexto (inclusive social) permitem a medicina realmente individualizada.
Construir uma relação horizontal com os pacientes, principalmente aqueles com condições crônicas, é uma das bases para a prática da Slow Medicine. Compreender sua situação como um todo, compartilhar as decisões e estar presente em todas as fases do processo permite uma relação honesta e compassiva, de parceria e confiança mútua. A relação vai se modificando com o contexto, tornando-se única. É a medicina em sua forma sóbria, respeitosa e justa. ​​​
Nos dias acelerados de hoje, muitas vezes a Medicina parece ser apenas um mero detalhe…
O Conceito Positivo de Saúde, quarto princípio da Slow Medicine, compreende o papel do médico e da sociedade como algo mais abrangente do que o manejo das doenças. A promoção da saúde num patamar mais abrangente, que inclui a informação e educação de todos, é um passo importante em direção a uma sociedade mais justa e igualitária.​​​
O Conceito Positivo de Saúde, quarto princípio da Slow Medicine, compreende o papel do médico e da sociedade como algo mais abrangente do que o manejo das doenças. A promoção da saúde num patamar mais abrangente, que inclui a informação e educação de todos, é um passo importante em direção a uma sociedade mais justa e igualitária.​​​
Acessar informações, principalmente nos tempos infodêmicos que estamos vivendo, pode ser uma armadilha perigosa se não levarmos em conta o contexto em que elas serão inseridas.
Fazer mais não é sinônimo de fazer melhor.
A capacidade de enxergar quando a necessidade do outro é maior que a sua e que o bem de todos é ainda maior que o bem de um é um aspecto indissociável da filosofia Slow Medicine.

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