Vestígios do ano

dezembro 13, 2016
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Por José Carlos Campos Velho:

“Triste de quem não conserva nenhum vestígio da infância.”

Mario Quintana.

O ano de 2016 foi emblemático para a divulgação da filosofia da Slow Medicine no Brasil. No apagar das luzes do ano, neste momento em que a correria e a pressa tomam conta do ânimo das pessoas, acreditamos que revirar nossos baús pode ajudar a incrementar nossa memórias e quem sabe ressignificar as coisas que aconteceram nos últimos meses.

A Medicina sem Pressa passa a fazer parte de nosso cotidiano. Se até a publicação de nosso site em abril, podíamos vislumbrar algumas menções ao termo,  a partir da publicação do livro “O Doente Imaginado”, o termo Slow Medicine agora passa a fazer parte de nosso dia-a-dia. Estamos presentes nas redes sociais, em eventos médicos, na mídia. Profissionais de saúde, pacientes e cidadãos interessam-se pelo tema.

O filme Vestígios do Dia é uma comovente fábula, com uma atuação brilhante de Anthony Hopkins. Seu  título, belíssimo, tanto na versão original “ The remains of the day”, como em sua tradução para o português “Vestígios do dia”, sempre esteve em minha mente quando eu queria falar de coisas que ficaram enlaçadas à minha memória, sejam fatos, sejam imagens ou pessoas.

Na minha infância, quase todas as semanas, principalmente nas noites frias de inverno, o prato era o feijão mexido , típico da culinária gaúcha. Nossa publicação desta semana tem a ver com isso: foi produzida numa manhã fria de primavera em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, na rádio Antena 1, quando tivemos a oportunidade de participar do Programa Espaço Saúde, em uma longa conversa com o dr. Renor Beltrame.

Porque o feijão mexido? Bem, este prato é feito com as sobras do feijão, é um reaproveitamento do alimento, que é recriado com um novo sabor. O vídeo que produzimos traz trechos da entrevista, onde os a filosofia e os princípios da Medicina sem Pressa são abordados e iniciativas caras a Slow Medicine, como a Medicina Narrativa e a Campanha Choosing Wisely são apresentadas, bem como a questão da convergência entre a Slow Medicine e os Cuidados Paliativos . Um pouco da conversa, slides que buscamos em apresentações que fizemos ao longo do ano, resgates de posts que foram publicados em nosso site…. Enfim, saboreie nosso feijão mexido, a gente realmente espera que você goste.

4 Comentários

  1. Oi, José Carlos! Tenho acompanhado o site, os artigos, e estou encantada com esse movimento, que não conhecia. Como fazem falta bons médicos como você e pessoas que vão além do próprio umbigo, que querem deixar um mundo melhor, que querem humanizar a vida.
    Adorei o feijão mexido (aliás, um de meus pratos preferidos, mesmo não sendo gaúcha rsrsrsr).
    Um beijo e obrigada por tudo <3

  2. Como é gostoso falar daquilo que acreditamos, do que amamos. Nessa entrevista você coloca didaticamente e sustenta o porque o SLOWMEDICINE mostra-se urgente e necessário para os dias atuais da medicina. Resgatar o valor do tempo tão essencial a pratica de qualquer especialidade principalmente quando lidamos com seres humanos instrumento de trabalho do médico. Acredito piamente que o movimento Slow em todo o mundo será um grande divisor de águas para o resgate da boa medicina, de quem gosta de cuidar de gente. Parabéns!

  3. Caro José Carlos, excelente entrevista, achei sua fala muito clara, objetiva e didática! Parabéns por sua iniciativa e empenho nesse trabalho de divulgar um movimento fundamental para nossos dias de “modernidade líquida ” e descomedida pressa!

    • Que bom que você gostou, Ana! Eu achei que ficou legal, e por isso tentei divulgá-la melhor, neste formato.

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